Campanha eleitoral e processo democrático.

Por Ralph Almeida

Placas, carros de som e “santinhos” já fazem parte do cenário das principais ruas de Nova Friburgo. São os candidatos a Deputado Federal, Estadual, Senador e Governador à procura do voto. Na Avenida Alberto Braune, a luta pelo voto é intensa e a cada metro quadrado encontramos alguém distribuindo o famoso “santinho” do seu candidato.

 Em minha opinião, todo esse contexto faz parte de um processo democrático importante, uma vez que foi a própria população brasileira que no início da década de 80 reivindicou as “Diretas Já”. Conclui-se, por conseguinte, que era um desejo da população o direito de escolher seus representantes. Naquela época, as pessoas não admitiam em hipótese nenhuma a continuidade de um regime autoritário que cerceava a sociedade do direito de exercer a livre escolha do seu candidato.

Portanto, debates, carros de som, “santinhos”, adesivos nos carros e placas nos semáforos são, na verdade, elementos de um contexto político democrático. O famoso horário eleitoral gratuito na TV é mais um ingrediente importante para que o eleitor avalie o candidato e faça parte do processo democrático. Você pode até achar um pouco chato ficar ouvindo toda aquela retórica que parece igual, mas há sempre a possibilidade de algo novo e confiável. Além do mais, propaganda eleitoral é muito melhor do ser proibido de votar, de ouvir sua música predileta, de ler o texto que você desejar, de ir ao cinema ou ao teatro ou de escolher a religião que melhor lhe convenha. Democracia é isso. É poder escolher, opinar, criticar, questionar, e, sobretudo, falar o que pensa. Todos têm a sua visão pessoal de mundo, mas poder externar o que pensa é privilégio daqueles que vivem em um país democrático, mesmo que, sob o ponto de vista social, ainda haja muita desigualdade, o que não combina com a democracia.